Acordei com o ruído das gotas de chuva batendo no parapeito da janela.
Eram quatro da tarde quando acordei.
Chovia.
Embora, um maravilhoso facho de luz dourada e serena entrasse pela janela iluminando o quarto todo verde claro e lilás. Ergui a cabeça, e vi, espremido entre a janela e a cortina, o sol de fim de tarde, belo ainda que tímido, escondido por algumas nuvens carregadas. Fechei os olhos, contrariando com esse gesto a vontade que qualquer criatura teria de contemplar aquela estupenda cena, e estiquei com delicadeza minhas mãos até àquela lâmina de luz quente, como se agarrasse algo substancial. Senti um toque suave e uma agradável onda de calor nas mãos, depois... a sensação. Não ousei me mexer. Sentada na cama, Com os olhos semicerrados, na quase escuridão, vinha ate mim o TIC TAC do relógio, o ruído melancólico dos pingos da chuva e o toque da caixa postal. Embora pouco palpável, aquela comprida luz me dava uma celestial paz. E então.. aquele súbito entendimento que vem devagar, se arrasta, magia diagonal! o vento sopra no seu ouvido e você se sente fluindo. Os últimos raios do sol sumindo.
Não lembro de mais nada. só lembro que chovia.

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