terça-feira, 16 de agosto de 2016

Poema trabalho interno


o sonho nunca se esgota
o pensamento na porta
a xícara de chá morna
e o vento fugaz
tudo se desfaz


a areia com olhos vivos
os limites pagãos
a rápida volta às entranhas do mundo
lugares oximoros
Plutão, Nova York, Cazaquistão
estar la e aqui
assistir meu pai, com olhos de minha mãe
subir e descer montanhas
permanecendo ainda inerte


fumar transar andar
e não sentir
correr pular socar
e não existir


pulsões inconscientes
querer o que não quis
dizer o que não se diz
pagar para falar com o demônio
entender Deus Buda e filosofia zen
explorar vísceras e cavernas assombrosas
caminhar entre
o inicio o meio e o fim dos tempos
ser o eu articulista, santo ou querubim



e com uma simples batida na porta
                                  despertar de um inacessível                              
     espetáculo onírico


                                              The Persistence of Memory,  Salvador Dalí
  



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Viagem ao litoral

Tarkovsky Polaroids   Quando a visão é surpreendida Por dois filetes de água Que rasgam as montanhas E a linguagem se t...